
Todos nós, de tempos em tempos, temos tido pensamentos sobre Deus, os quais não se enquadram no que Ele declara nas Escrituras; porém, este processo de desinformação tem avançado a níveis alarmantes entre os cristãos evangélicos, nos dias de hoje.
Este processo tem sido estimulado pelos movimentos do Crescimento da Igreja e da Igreja Emergente, em sua inexequível proposta de alcançar a nossa cultura para Cristo. [N.T.: Contrariando as predições bíblicas que só falam de apostasia para o final dos tempos]. Eles estão reinventando Cristo e o Cristianismo, a fim de torná-los mais aceitáveis às massas não salvas, tanto no método como no objetivo. Isto significa recriar Deus conforme a decaída imagem do homem. Tão ilusória como esta proposta possa parecer, na tentativa de alcançar os perdidos, mesmo assim ela tem capturado milhões de cristãos professos em sua rede de engodo.
Embora muitos exemplos possam ser citados, o veículo mais popular nesta tática tem sido um livro que tem figurado na lista dos bestsellers do New York Times, por umas 60 semanas, já disponível em 35 línguas, o qual já vendeu mais de 7 milhões de cópias. Refiro-me ao livro “A Cabana”, de William Paul Young. Multidões têm afirmado que este livro transformou suas vidas, dando-lhes uma “nova e maravilhosa conscientizaçã o de Deus, a qual elas jamais haviam conseguido a partir da Bíblia”.
A história é centralizada num homem chamado Mack Philips, cuja filha pequena desapareceu durante as férias da família. Embora o seu corpo não tivesse sido encontrado, a evidência de sua morte foi descoberta numa cabana abandonada no deserto do Oregon Oriental, daí o título da estória.
Após sete anos, os quais causaram devastação emocional em Mack e sua família (tempo por ele chamado de “A Grande Tristeza”), Mack recebe um bilhete assinado por “Papa”, um nome muito familiar e íntimo, usado pela sua esposa se referindo a Deus. Cheio de apreensão, Mack segue em frente, aceitando o convite e encontra a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo de maneira, meios e manifestações tão antibíblicas como bizarras. Deus Pai aparece como uma esteriotipada mulher obesa negra, a qual, mesmo assim, se chama “Papa”. Ela é um tanto rude, às vezes, gosta de “boogie” e de música funk, sendo que alguns dos seus diálogos nos deixam em dúvida se ela passou do terceiro ano primário. [N.T. - Não traduzi as muitas frases vomitadas pela personagem “Papa” porque o seu Inglês é barato demais para o meu entendimento da língua].
O livro pode ser uma ficção, mas Deus não é! Se Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo falam e fazem as coisas apresentadas nesta novela, Eles são completamente alheios às personagens apresentados na Sagrada Escritura, sendo, portanto, falsas representações da Trindade. Os insights e explanações sobre Deus constituem a doutrina. Ou são verdadeiros, conforme a sã doutrina referida na Palavra de Deus, ou são mentiras ou fábulas fabricadas por homens. As palavras proféticas de admoestação de Paulo, na 2 Timóteo 4:3-4 tornam-se evidentes na popularidade do livro “A Cabana”: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”. A personagem de Jesus é um “bom e velho cara”, cheio de ginga, o qual se enamora da própria criação. Um tanto abobalhado, ele atira uma tigela de molho, o qual se esparrama sobre a camisa de “Papa”, resultando em boas risadas das três pessoas da “Trindade”. Quando questionado por Mack sobre a sua aparência extravagante, “Jesus” se refere ao “narigão gigante”, que afirma ter herdado do lado materno da família, especialmente do avô. Aprendemos que Jesus gosta de pescar trutas, tentando alcançá-las, enquanto elas nadam sobre a água. Ele se obriga a ter sucesso e se deleita neste esporte. No que diz respeito à feminina e inesperada aspereza de “Papa”, ele declara: “Ela é hilária!” Em toda a estória, “Jesus” não parece restringir suas gírias e piadas. Ele e as outras pessoas da “Trindade” são tão parecidas conosco que muitos leitores afirmam que se encontram agora mais “à vontade” com Deus. É espantoso como algo que consegue deturpar o caráter do Deus Santo possa tornar um cristão mais “à vontade” com Ele.
Quase todas as contravenções neste livro são ganchos emocionais ou psicológicos. O essencial é “preencher as necessidades” . Um exemplo: Jesus fabrica um esquife para o corpo recém encontrado da filha de Mack, embora Ele faça com que o pai se sinta melhor comunicando- se com a filha, a qual está muito feliz, lá no céu (Isso não é necromancia? ). Outro exemplo: a razão pela qual “Deus Pai” aparece a Mack como uma mulher é porque Mack tinha um ressentimento contra o seu pai incompetente (o qual, mesmo assim foi para o céu, conforme prega o Universalismo, no qual todos se reconciliam com Deus, uma doutrina implícita na novela). Heresias e distorções da verdade bíblica são encontradas página por página, em “A Cabana”. [N.T.: Curioso é que um pastor me escreveu dizendo que havia lido este livro e achado simplesmente maravilhoso. Como um “pastor” assim tão “liberal” pode conduzir biblicamente suas ovelhas?]
Pensando nas palavras de Jesus conforme Mateus 24, afirmando que falsos cristos se levantariam e conduziriam muitos à apostasia, o “Jesus” de “A Cabana” logo se qualifica como um cumprimento desta profecia. Novamente, a mais de sete milhões de pessoas tem sido apresentado um falso Jesus, sendo que, para alguns, esta foi a única maneira de apresentação recebida do mesmo. Isto me entristece profundamente. Um falso Jesus não pode salvar pessoa alguma. Idéias errôneas a Seu respeito destruirão qualquer esperança de um relacionamento verdadeiramente proveitoso com Ele. Jesus também é Deus e Sua humanidade foi e continua sendo perfeita em cada aspecto. Sob este prisma, qualquer tentativa de fazê-Lo parecer mais semelhante a nós [N.T.: seres humanos decaídos] quer seja num livro ou na mente, torna-se um ato de blasfêmia. Blasfemar não é apenas falar mal de Deus ou de Jesus, mas também é Lhe atribuir características não verdadeiras, quaisquer falsas características. É apelar a “outro Jesus”, condenado pela Escritura. Em Efésios 4:17-18, lemos: “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”.
O sucesso do livro “A Cabana” entre os que professam ser evangélicos é tão vergonhoso como destrutivo, conduzindo-os à “vaidade de suas mentes” e à “ignorância”, que agora já não são mais uma exclusividade dos incrédulos. Somente o amor à verdade e o desejo de obedecer à Palavra de Deus é que poderão nos preservar da apostasia que a Escritura diz que vai dominar o mundo.
“Senhor, ajuda-nos a permanecer firmes na fé, a Ti nos submetendo em todas as coisas, e Te adorando em Espírito e em verdade. Maranata !”
“The Berean Call Monthly Letter”, Agosto 2009, by Dave Hunt.
Traduzida por Mary Schultze, em 10/08/2009.
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