segunda-feira, 13 de março de 2023

O Cristianismo ajudou a mulher

 
 

  Você provavelmente ja viu alguma feminista ou militante de esquerda dizer que o cristianismo rebaixou a mulher e a prendeu numa posição menor, contudo, se formos olhar a história vemos que quem de fato ajudou a mulher foram os cristãos.

    O cristianismo eleva a mulher da posição servil que ela ocupou tanto no judaísmo quanto no paganismo, para sua verdadeira dignidade e importância moral; torna-a herdeira da mesma salvação que o homem, e abre-lhe um campo para as mais nobres e belas virtudes, sem afastá-la, à maneira dos modernos esquemas pseudo-filantrópicos de emancipação, fora de sua esfera apropriada de vida privada, doméstica vida, e assim despojando-a de seu mais belo ornamento e charme peculiar. 

   A Virgem Maria marca o ponto de virada na história do sexo feminino. Como mãe de Cristo, o segundo Adão, algumas tradições protestantes veem ela como corresponde de Eva e, no sentido espiritual, a mãe de todos os viventes. (1) 

   Nela, a "abençoada entre as mulheres", todo o sexo foi abençoado e a maldição removida que pairava sobre a era da queda. Ela não estava, de fato, livre do pecado real e nativo, como agora é ensinado, sem o menor fundamento nas Escrituras, pela igreja romana desde 8 de dezembro de 1854. Pelo contrário, como filha de Adão, ela precisava , como todos os homens, redenção e santificação por meio de Cristo, o único autor da santidade sem pecado, e ela mesma chama expressamente a Deus de seu Salvador. Mas na mãe e educadora do Salvador do mundo, sem dúvida, podemos e devemos reverenciar, embora não adorar, o modelo de virtude cristã feminina, de pureza, ternura, simplicidade, humildade, obediência perfeita a Deus e entrega sem reservas a Cristo.

    Ao lado dela temos um adorável grupo de discípulas e amigas ao redor do Senhor: Maria, a esposa de Clopas; Salomé, mãe de Tiago e João; Maria de Betânia, que estava sentada aos pés de Jesus; sua irmã ocupada e hospitaleira, Martha; Maria Madalena, a quem o Senhor curou de uma possessão demoníaca; a pecadora, que lavou os pés com suas lágrimas de penitência e os enxugou com os cabelos; e todas as mulheres nobres, que ministraram ao Filho do homem em sua pobreza terrena com os dons de seu amor, permaneceram por último ao redor de sua cruz e foram os primeiros em seu sepulcro aberto na manhã da ressurreição. 

   Doravante, encontramos a mulher não mais escrava do homem e instrumento da luxúria, mas o orgulho e a alegria de seu marido, a mãe carinhosa que ensina seus filhos à virtude e à piedade, o ornamento e o tesouro da família, a irmã fiel, a serva zelosa. da congregação em toda obra de caridade cristã, a irmã da misericórdia, a mártir com coragem sobre-humana, o anjo da guarda da paz, o exemplo de pureza, humildade, mansidão, paciência, amor e fidelidade até a morte. Essas mulheres eram desconhecidas antes. O pagão Libânio, o entusiástico elogio da antiga cultura grega, pronunciou um elogio involuntário ao cristianismo quando exclamou, ao olhar para a mãe de Crisóstomo: "Que mulheres os cristãos têm!" 

Referências:
 (1) Esse paralelo foi traçado pela primeira vez por Irineu, mas exagerado e abusado por pais posteriores a serviço da Mariolatria. 

Fonte: Schaff, Philip, History of the Christian Church , (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.) 1997.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O que é Pericorese?



Etimologicamente, o termo Pericorese significa "girar", "rotação". Foi utilizado, teologicamente, por João Damasco (Sec. VIII) para descrever a doutrina da Trindade.
No contexto da Trindade, pericorese se aplica à natureza de Deus e é apenas sobre ele. Nenhum outro ser existente tem pericorese. Pessoas diferentes, por exemplo, podem compartilhar uma natureza comum, mas são indivíduos e seres distintos. Embora cada um dos membros da Trindade compartilhe a mesma natureza (divindade), existe dentro da Trindade uma qualidade única de habitação mútua de cada membro da Trindade, à medida que a distinção dos membros é mantida.
Hodge, em sua Teologia Sistemática, afirma que “Como a essência da Divindade é comum a várias pessoas, elas têm uma inteligência, vontade e poder comuns. Não há em Deus três inteligências, três vontades, três eficiências. Os três são um Deus e, portanto, têm uma mente e vontade. Esta união íntima era expressa na Igreja grega pela palavra perichoresis, que as palavras latinas inexistentia, habitatio e intercommunio eram usadas para explicar.
Popularmente falando, pericorese é uma palavra antiga usada para definir uma brincadeira de roda de crianças, a qual uma criança fica no meio e as outras giram ao seu redor, e depois de um certo momento, a criança que estava no meio sai do centro e volta para roda, sendo substituída por outra da roda que vai para o centro.
O mesmo se dá com a Trindade, ora Jesus está no centro e o Espirito Santo e Deus Pai estão ao redor lhe apoiando e assim sucessivamente.
Em cada momento um está no “centro da roda”.
Podemos assim dizer que, hoje é o Espirito Santo que está no centro até a Volta de Cristo.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A pessoa do Espírito Santo

 


    


O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, mais obscuramente, o Filho. O Novo Testamento deu a conhecer abertamente o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo, Hoje, o Espírito Santo habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer. Porque teria sido inseguro pregar abertamente o Filho antes de ser reconhecida a divindade do Pai, ou antes de ser reconhecida a divindade do Filho, impor-se, por assim dizer, a do Espírito Santo. Gregório de Nazianzo (329-389).

segunda-feira, 9 de março de 2020

Quem são os “cães” em Ap 22.15?



Fomos interrogados se os “cães” de Apocalipse 22.15 são os filhos de Cão (Cam). Segue-se uma análise teológica e exegética:

“Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os fornicadores, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” (Ap 22.15 – Almeida Corrigida Fiel ACF)
ἔξω οἱ κύνες καὶ οἱ φάρμακοι καὶ οἱ πόρνοι καὶ οἱ φονεῖς καὶ οἱ εἰδωλολάτραι καὶ πᾶς φιλῶν καὶ ποιῶν ψεῦδος. (SBL Grego do Novo Testamento 2010).

Análise Bíblica

O texto de Apocalipse 22.15 se aproxima do mesmo conteúdo em Apocalipse 21.8, ou seja, enumera as categorias de pessoas que ficarão de fora da Nova Jerusalém.
Tanto em um quanto no outro aparece 07 (sete) grupo de pessoas (com exceção dos “covardes”): esse numeral é comum na literatura apocalíptica – sete cartas, sete bem-aventuranças, sete igrejas, sete trombetas etc.).
Os grupos que aparecem em Ap. 21.8 são:
a)       Os infiéis
b)      Os corruptos
c)       Os assassinos
d)      Os imorais
e)       Os mágicos
f)       Os idólatras
g)      Os mentirosos

Numa simples comparação entre os dois textos percebe-se que os “cães” encaixam-se perfeitamente nos “infiéis”.
No entanto, prossigamos numa análise exegética da palavra “cães”:

Análise Exegética
No Antigo Testamento os cães não eram domesticados como os atuais. Eram animais selvagens e andavam em bandos (algumas regiões do planeta os cães ainda estão com essas características). Sendo assim, era criaturas perigosas (1Rs 14.11; 2 Rs 8.13).
Numa linguagem conotativa, observa-se:

Animal nojento (Sl 22.16);
Prostitutos (Dt 23.18);
Líderes Infiéis de Israel (Is 56. 10,11).

No contexto neotestamentário e na linguagem paulina, os cães se referem aos gentios. Paulo enfatizou que os oponentes e adversários da obra de Deus são como os cães. (Fp 3.2 – falsos mestres judaizantes).

Alinhando os textos bíblicos acima, percebemos que os cães de Ap 22.15, é uma expressão pejorativa voltada àquelas pessoas imorais, levianas e infidelidade, além de outras qualidades negativas.
Concluímos que os “cães” não se referem à descendência de Cam (Cão em Versões mais antigas), seja os cananeus ou outro galho da linhagem.






           

quinta-feira, 23 de junho de 2016

João Batista é Elias reencarnado??



Muitos espiritas ao tentarem mostrar que os Evangelhos apoiam a reencarnação tentam, de forma desesperada, mencionar o caso de Elias. Por isso resolvi escrever alguns motivos porque essa interpretação não é possível:

Primeiro, mesmo que pensassem que era o mesmo profeta em pessoa chamado de Elias não significa necessariamente que eles acreditavam que era reencarnação, pode significar que acreditavam que ele simplesmente veio assim como foi levado aos céus sem morrer. Alguém que não conhece o seu nascimento nem suas circunstâncias, principalmente porque ele passou a ficar no deserto, poderia muito bem supor isso (isso porque, essa confusão aconteceu até com Jesus). Ou seja, toda essa sua conclusão passa desse pressuposto, em vez de uma possível volta de Elias no mesmo corpo que teria sido arrebatado. Todo o texto mostra que as pessoas viam certo mistério em João, esse mistério, junto com seu ministério no deserto, pode ter feito as pessoas perguntarem isso. Só isso exclui uma interpretação reencarnacionista como necessária.

Veja que alguns diziam que Jesus era João Batista! Impossível pela idade deles estarem falando em uma reencarnação. No caso de João Batista estavam falando de alguém que, segundo a tradição judaica, não teria morrido.

Então temos que buscar mais pistas sobre o que eles acreditavam, em vez de simplesmente pressupor a qualquer custo que (1) Elias havia morrido depois de ter sido arrebatado e (2) eles estavam se referindo a uma reencarnação.

Segundo, Lucas, que foi contemporâneo dos apóstolos, aprendeu diretamente com eles e escreveu uma biografia de Jesus antes que estes morressem (o que significa que eles tiveram um bom tempo para autorizar a utilização dela) diz algo que pode ajudar na compreensão sobre o que eles acreditavam:
  • -> Herodes pensou que Jesus era João que tinha ressuscitado, ou Elias que tinha aparecido. 9, 7; Outros, (v. 8) um profeta antigo que tinha ressuscitado.
  •  Quando perguntaram sobre quem Jesus era, eles responderam: "João o Batista (impossível, como disse, que pensassem que era reencarnação nesse caso, por causa da idade de ambos); outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou." Lc 9, 19. Se com os outros profetas, que estavam mortos, eles acreditavam que teriam ressuscitado, imagine Elias, que foi arrebatado vivo?
  • João Batista já estava morto, mas Jesus ao conversar na transfiguração, conversou com Moisés e Elias. Ora, se eles acreditassem mesmo que João Batista era a reencarnação de Elias, é mais lógico supor que eles citariam o nome de "João" não "Elias".

Ou seja, nesses casos não há nenhuma referência a reencarnação, pelo contrário, há varias citações que argumentam de forma positiva para que ou eles pensavam que ou Elias tinha ressuscitado (caso acreditassem que ele tivesse morrido, o que é improvável) ou que Elias apareceu, tal como havia sumido, ou uma terceira opção, que citarei no final.

Isso é o que as pessoas diziam sobre Elias. Que ou havia aparecido, ou era algum dos profetas ressurretos.

E o que Jesus disse? "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias" 1, 17.

Nesse caso temos duas opções: espírito reencarnado, ou uma linguagem familiar da tradição judaica para outra coisa.

Quanto isso, além de ser um indicativo contrário o fato de todos os outros falarem de uma "aparição" ou "ressurreição", nas Escrituras do AT, familiar a Jesus e aos judeus que ele se dirigia, ao falar de Elias, também não apoia a reencarnação. É só recordar que Eliseu, ao fazer um pedido a Elias, pediu a porção dobrada de seu espírito. Como Elias não morreu naquele momento, seria uma prova de desespero supor que seria algo como uma incorporação (o máximo que se pode chegar). Quando Eliseu voltou, as pessoas reconheceram que o espírito de Elias, que não tinha morrido, repousava sobre Eliseu.

Assim, uma vez que é impossível pelo texto uma reencarnação ou incorporação de Elias em Eliseu, fica óbvio que se refere ao espírito de profecia em Eliseu.

Juntando os textos que mostram que eles faziam referência a uma aparição e ressurreição, com o fato de que o texto nas Escrituras que falam de Elias se referem uma significação diferente para "espírito", então fica difícil não concluir que Jesus disse que João Batista iria no espírito e na virtude de Elias não no sentido de que era a reencarnação dele (até porque diz que "vai no espírito" não que "é o espírito"), mas que tinha, assim como Eliseu, o mesmo espírito profético.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A virgindade de Maria


Fonte:https://noticias.gospelprime.com.br/campanha-aborto-nascimento-jesus/



Esta semana foi disponiblizado na Internet, a propaganda de mais um filme brasileiro. O tema em questão é sobre o aborto. Clique no filme para visualiza-lo. O post em questão não irá tratar deste assunto, no entanto, o próprio vídeo, a partir do 18º segundo, ironicamente, irá dizer que Maria não engravidou sem sexo, e que Jesus não nasceu de uma virgem. Como assim? Maria não era virgem? Jesus nasceu do relacionamento carnal entre José e Maria? Eu realmente ouvi isso? É incrível como muitas pessoas facilmente afirmam que tais e tais passagens bíblicas não passam de erros de tradução, concluindo que a Bíblia não é inerrante: um simples livro de fábulas.

Deixando o senso comum bíblico (não senso!), vamos teologar sobre a virgindade de Maria.

Este tema é descrito na Bíblia no livro de Isaías 7.14 e Mateus 1.23:

Is 7.14 - "Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel".



Mt 1.23 - Eis que a virgem conceberáe dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).


As palavras destacadas nas no hebraico e grego, respectivamente, pronunciam-se: almah e parthernos, cujo significado é o mesmo: VIRGEM.

Na Bíblia sagrada existem duas palavras hebraicas referentes a VIRGEM: Bethulah (בְּתוּלָה ) e almah  עַלְמָה. A primeira geralmente é usada com adjetivação, para esclarecer se o significado desejado é ou não "virgem" (esta palavra é usada em Gn 24,16), diferente de Gn 24.43, onde aparece a palavra hebraica almah, sem adjetivação. Essa adjetivação é necessária porque bethulah pode se referir a uma mulher casada (Dt 22.24, Jl 1.8).

Quando os gregos traduziram a tradução hebraica para a tradução grega (Septuaginta), utilizaram a palavra grega parthenos (virgem). Isso aconteceu centenas de anos antes de Cristo nascer. Mateus, ao escrever o evangelho que leva o seu nome no título, usa a mesma palavra.

Após essa rápida, resumida e simples exegese deste termo - virgem - do qual tive que me utilizar de dicionários, comentários bíblicos, ler os textos nas linguas originais e desenterrar nossos léxicos de hebraico e grego - Alguém chega e diz: "É erro de tradução do hebraico para o grego...".

Não, my friend...Isso não é erro tradução. Na verdade você que adequar a Bíblia aos seus principios e valores hedonistas e utilitaristas: num português simples, a seu bel-prazer. Criando um Jesus apenas humano, fruto de uma relação sexual. Será que vou ter que rasgar a Bíblia em Is 9.6; Mt. 1.20; Lc 1.34, 35; Fp 2. 6-8? 

É ilógico - e antibíblico - acreditar num Jesus como um espirito evoluido (fluido), como irmão de Lucífer ou como o arcanjo Miguel. Antes, acreditamos em Jesus plenamente divino, plenamente humano. Como diz o credo niceno (baseado na Bíblia):

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, 
Filho Unigênito de Deus, 
nascido do Pai 
antes de todos os séculos: 
Luz da Luz, 
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, 
gerado não criado, 
consubstancial ao Pai. 
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.

NEle eu creio, sirvo e com Ele morarei eternamente.

Quanto à frase Meu corpo...minha regra! Digo: Meu corpo...templo e morada do Espírito Santo.





segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Breve conceito sobre Soteriologia.

A Teologia Sistemática expõe os fundamentos da fé cristã. Não menosprezando os demais assuntos, a Soteriologia brilha mais fortemente em meio a esta constelação de assuntos. Concordamos com Rosa (2010) ao dizer que esta doutrina tem uma grande importância dentro da Teologia Sistemática. Refletindo teologicamente sobre o Plano da Salvação e sua aplicação prática na vida humana, valorizamos essa experiência subjetiva, transcendental e eterna.
Logo no conceito de Salvação - soteria - vemos que o termo grego nos leva a pensar a salvação também como livramento. Aprofundando biblicamente nesse assunto, pensamos na história de Davi X Golias (1Sm 17), onde alguns expositores leva seus ouvintes a serem como Davi. No entanto, nada mais notável que analisarmos o contexto desta história como sendo Davi, o tipo de Cristo. Somente Jesus pode livra o ser humano do Golias (pecado). E este livramento (soteria) dado a Israel é semelhante à salvação ofertada por Jesus.
Cristianizando o conceito literal de salvação. seguimos o mestre Gilberto (2008): "Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida - no caráter - de toda a pessoa que, pela fé, recebe a Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal".
A Deus toda a glória

Bibliografia
GILBERTO, Antonio. Teologia Sistematica Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 2008
ROSA, Isaias. Teologia Sistemática. Pindamonhangaba: IBAD, 2010.